Advogado João Neto critica suspensão da OAB e atribui medida a “racismo” 281z4b

Da Redação
O advogado baiano João Neto, acusado de agredir a namorada, criticou publicamente a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de suspender temporariamente seu registro profissional. Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Neto aparece em um imóvel de alto padrão, confirma a penalidade e atribui a decisão a preconceito racial.
“Esse negro aqui vai continuar vivendo bem, comprando o que quiser. Não vão me impedir. Só posso atribuir isso ao racismo”, declarou o advogado no vídeo, segundo apuração do Correio. Na legenda da publicação, ele reforçou a acusação, questionando o tratamento dado a outros profissionais pela entidade. “Por que a OAB protege alguns em casos graves como tráfico ou corrupção, mas não se posiciona quando se trata de um advogado negro, filho da periferia? Dois pesos, duas medidas?”, escreveu.
Até o momento, a OAB não se pronunciou sobre as declarações de João Neto. Apesar da suspensão, o advogado, que também atua como influenciador digital, afirmou que continuará ativo nas redes sociais e que não pretende se afastar de suas atividades.
Suspensão
A suspensão do exercício profissional de João Neto, válida por 90 dias, foi determinada após a conclusão de um processo ético-disciplinar e entrou em vigor no mesmo dia em que ele foi liberado do presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió (AL). Neto ou 29 dias detido por suspeita de agredir a namorada.
A decisão foi tomada de forma unânime pela Turma Especializada da OAB, que julga casos de suspensão preventiva. A medida foi publicada no Diário Eletrônico da Ordem no dia 9 de maio e ou a vigorar oficialmente em 13 de maio, data da soltura do advogado.
A OAB esclareceu que a penalidade não está diretamente relacionada à acusação de agressão, mas sim ao comportamento de João Neto em redes sociais e entrevistas. Segundo a entidade, tais condutas foram consideradas incompatíveis com a ética profissional exigida pela advocacia. O processo disciplinar que resultou na punição é anterior à prisão do advogado.