quinta-feira, 29 de maio de 2025 h6dg

Condições desumanas: relatório do MPT aponta como funcionários da BYD viviam na Bahia 6n5z2q

Foto: Divulgação

Da redação

O Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) entrou com uma ação civil pública contra a montadora chinesa BYD e duas empreiteiras terceirizadas após identificar que funcionários chineses viviam em condições degradantes em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. De acordo com o órgão, os trabalhadores foram mantidos em alojamentos superlotados, com apenas um banheiro para 31 pessoas, alimentação precária, e eram vigiados por um policial armado durante a noite. Além disso, tinham seus aportes retidos e não podiam deixar os alojamentos sem autorização dos responsáveis, mesmo em dias de folga.

O relatório do MPT-BA aponta que os trabalhadores foram atraídos com promessas de salários entre 15 mil e 20 mil yuans mensais (cerca de R$ 11,7 mil a R$ 15,7 mil), mas recebiam efetivamente apenas 6 mil yuans, valor depositado em contas na China às quais não tinham o no Brasil. Durante a obra, recebiam apenas uma ajuda de custo de R$ 1 mil, que só era liberada mediante solicitação e aprovação. Alguns sequer receberam esse valor, mesmo após semanas de trabalho. Há ainda relatos de ausência de contratos formais ou de documentos em branco, além de casos em que os funcionários não puderam ler o que estavam assinando por serem analfabetos.

O MPT-BA pede indenização de R$ 257 milhões por danos morais coletivos e responsabiliza, além da BYD, as empresas China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda. A BYD afirmou, em nota, que respeita os direitos humanos e as leis trabalhistas brasileiras, e que vem colaborando com o MPT desde o início das investigações, prometendo se manifestar nos autos do processo. Com informações do G1.

27 de maio de 2025, 20:30

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