Em coletiva sobre greve, Bruno Reis critica PT, sugere reaproximação com Coronel e sinaliza futuro partidário de Ana Paula Matos 5u7238

Da Redação

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), aproveitou uma coletiva de imprensa convocada para tratar da greve dos professores da rede municipal, nesta segunda-feira (27), para fazer fortes declarações políticas. Entre críticas à condução do governo estadual e à articulação da base do PT, ele comentou a situação do senador Angelo Coronel (PSD), excluído da disputa pela reeleição ao Senado em 2026, e indicou qual pode ser o destino partidário da vice-prefeita Ana Paula Matos, após o PDT, partido dela, oficializar apoio ao governador petista Jerônimo Rodrigues.

Ao ser questionado sobre a vice-prefeita, que tem evitado a imprensa desde o anúncio da nova posição do PDT, Bruno Reis destacou que, por não ser detentora de mandato parlamentar, Ana Paula pode mudar de partido a qualquer momento. “O PDT, por razões nacionais e estaduais, decidiu seguir outro projeto. No momento certo, vamos tomar uma decisão sobre qual será o novo partido dela. É uma decisão pessoal, mas quero deixar claro que o União Brasil está de portas abertas. Ana é um grande quadro público e tem contribuído muito com a nossa gestão”, afirmou.

Além de Ana Paula, outros nomes da legenda, como os deputados Leo Prates (federal) e Emerson Penalva (estadual), também devem deixar o partido, insatisfeitos com a guinada pedetista em direção ao governo estadual e decididos a seguir na oposição.

Na mesma coletiva, Bruno Rei reagiu à movimentação recente dentro da base do PT para a eleição de 2026, após o senador Jaques Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, manifestarem ontem (26), pela primeira vez de forma articulada, interesse em disputar o Senado (clique aqui para ler). A sinalização de que Angelo Coronel ficará de fora da chapa governista foi criticada pelo prefeito.

“Literalmente estão dando um chute na bunda do PSD”, disparou Bruno. Para ele, essa prática de descartar aliados é recorrente no grupo liderado pelo PT. “Dizem que tratam os aliados com respeito, mas na prática a gente vê o contrário: usam a máquina pública para cooptar adversários e, ao atrair novos, jogam os antigos fora”, alfinetou.

O prefeito ainda relembrou episódios similares ocorridos nas últimas eleições, como a retirada da atual deputada federal Lídice da Mata (PSB) da disputa ao Senado em 2018 e a exclusão do então vice-governador e hoje deputado federal João Leão (PP) da chapa majoritária em 2022. “Isso vem se repetindo”, disse Bruno.

Bruno Reis deixou as portas abertas para um possível diálogo com Coronel. “Caso ele entenda que chegou o momento de construir outro caminho, estamos abertos. Já estivemos juntos no ado. Ajudamos Coronel a se eleger presidente da Assembleia Legislativa, e ele já foi aliado do nosso grupo. Existe essa afinidade política e de pensamento”, afirmou, ponderando que ainda não houve conversas concretas com o senador.

O prefeito concluiu dizendo que acredita em um novo cenário para a Bahia nas eleições de 2026: “Tenho convicção de que o desfecho será outro. Estamos prontos para construir alianças que possam mudar o rumo do estado”. ”