Exportações de carne de frango caem 14,4% em volume com impacto da gripe aviária 2u463

Da Redação

As exportações brasileiras de carne de frango e miudezas registraram queda de 14,4% em volume e 12,9% em valor no mês de maio, de acordo com dados da balança comercial divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A retração é atribuída às restrições sanitárias adotadas por 38 países em decorrência da gripe aviária.

“Essa pequena redução provavelmente foi um efeito sim dessas suspensões”, afirmou Herlon Brandão, diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Mdic, durante coletiva de imprensa. O impacto surpreendeu, segundo ele, já que o setor vinha registrando crescimento contínuo nos meses anteriores.

No acumulado de janeiro a maio, o volume exportado de carne de aves cresceu 4,1%, com aumento médio de 3,4% nos preços, o que resultou em uma elevação de 7,7% no valor total exportado no período.

Brandão explicou que o efeito das restrições não é imediato, devido a questões logísticas: “As sanções se materializam na emissão do certificado sanitário, feita no frigorífico. Mas o dado de exportação é registrado no porto, quando a mercadoria é embarcada. Pode envolver carne que já estava estocada, a caminho ou até mesmo no navio.”

A primeira confirmação de foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil ocorreu há três semanas, no município de Montenegro (RS). Desde então, países como Japão, África do Sul, Filipinas e China adotaram medidas que variam entre bloqueios totais e restrições regionais à carne de frango brasileira.

Apesar do cenário, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o foco foi rapidamente controlado e demonstrou otimismo com a retomada das exportações. Atualmente, há 12 investigações em andamento sobre suspeitas de novos focos da doença, a maioria envolvendo aves silvestres ou de criação doméstica, que não afetam diretamente o comércio internacional.