quinta-feira, 22 de maio de 2025 3k6o4y

Uso de bebês reborn em filas de prioridade vira alvo de projetos de lei em todo o país 2j5a29

Foto: Reprodução

Da Redação

O uso de bonecos hiper-realistas, conhecidos como bebês reborn, em atendimentos prioritários tem gerado debates nas casas legislativas de diversos estados do país. Dezenas de projetos de lei tramitam com o objetivo de restringir ou regulamentar essa prática, que vem sendo observada em unidades de saúde públicas e privadas, inclusive as conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre as medidas propostas, estão a aplicação de multas a quem utilizar os bonecos para obter atendimento prioritário — como no caso de filas destinadas a pessoas com crianças de colo —, além da possibilidade de barrar totalmente o atendimento preferencial nesses casos. As penalidades sugeridas vão de 5 a 20 salários-mínimos, com aplicação em dobro em caso de reincidência.

Paralelamente, outras propostas em discussão tratam do acolhimento psicossocial de indivíduos que desenvolvem vínculos afetivos intensos com objetos de representação humana, como os bebês reborn. Os textos sugerem que essas pessoas tenham o a escuta qualificada e apoio institucional para lidar com o sofrimento emocional decorrente desses vínculos, bem como orientação às famílias e cuidadores sobre sinais de alerta, como uso compulsivo, fuga da realidade e dependência afetiva.

A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil) é autora de uma dessas iniciativas. Ela afirma que o objetivo do projeto não é criminalizar nem ridicularizar o uso dos bonecos, tampouco restringir liberdades individuais. “Pelo contrário: parte-se do princípio da autonomia do sujeito e da liberdade de conduta, orientando-se pela necessidade de criar mecanismos institucionais de acolhimento ético e não estigmatizante, capazes de identificar precocemente sinais de sofrimento emocional que, quando negligenciados, podem evoluir para situações de risco real”, explicou a deputada no texto.

As discussões seguem em andamento nas esferas estadual e federal e têm gerado reações diversas entre especialistas, entidades da saúde mental e usuários dos bonecos, que os utilizam tanto para fins terapêuticos quanto afetivos.

17 de maio de 2025, 10:30

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